segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

O que falaram sobre ¡Salta!


FORTUNA CRÍTICA

“Estética do ver e ouvir. O espetáculo ¡Salta! do Coletivo Teatro Dodecafônico explora algo que o teatro e o cinema têm em comum: o foco combinado do olhar e da audição para construir narrativas.”
“Uma produção que arrisca bastante e atinge seus propósitos experimentais com méritos”.

Luiz Fernando Ramos – Crítico do Jornal Folha de São Paulo
(Ilustrada – 07/02/2013)

Muitas vezes, a plateia demonstra surpresa com a estimulante fusão de linguagens e o impacto visual. Em outras, não controla as gargalhadas. Seja pela naturalidade com que as tramas são narradas ou pelo simples estranhamento”.

Dirceu Alves Jr – Crítico Revista VEJA
(Vejinha São Paulo – 13/02/2013)

O Dodecafônico assumiu a difícil tarefa de recriar uma atmosfera pensada por outro artista para uma outra linguagem. E obtiveram sucesso. O conhecedor do cinema de Martel percebe no palco a atmosfera delicada e cheia de silêncios que a diretora argentina imprimiu em seus filmes”.
“Coeso e à vontade, o elenco traz um destaque: Miriam Rinaldi. A atriz, com sua evidente experiência de palco, consegue dar peso necessário à proposta cênica desta obra”.
Miguel Arcanjo Prado – Critico do portal R7 e membro da APCA (Portal R7 – 13/02/2013)
“Assim como Lucrecia Martel, que em seus filmes não se deixa levar pela primazia da imagem sobre o som, o Coletivo Dodecafônico trabalha o texto tanto quanto o corpo, as possibilidades sonoras, o uso criativo da luz, a composição espacial e temporal. Em ¡Salta!, (…) o resultado é instigante.”
“Experimental e arriscada, a montagem acerta em sua ousadia e transforma o espectador em co-autor daquilo que ele vê e vivencia”
Crítica Maria Fernanda Vomero – Época online (13/05/2013)
“¡Salta! propõe diluir fronteiras entre teatro, cinema e dança”. “Diálogos e cenas não imitam as dos filmes, mas reagem a eles (...) a gerar uma comedia dançada”.
Revista Carta Capital (27/02/2013)
“A jovem companhia aponta como referência em matéria de teatro contemporâneo, propondo modos frescos e estimulantes de se olhar para um material poético”.
“Engana-se, no entanto, quem pensa que é necessário conhecer os três filmes dos quais a peça parte para apreender a encenação. (…) o que o grupo constrói em cena é por si só intrigante e capaz de fascinar”.

Marina Xisto – Blog Xisto, M. e seus afins
(Maio 2013)

Links com clipping:

Matéria na Ilustrada – Jornal Folha de São Paulo (18/01/2013)

Crítica – Jornal Folha de São Paulo (07/02/2013) - Luis Fernando Ramos

Crítica Portal R7 (13/02/2013) - Miguel Arcanjo Prado

Crítica – Revista Veja (13/02/2013) - Dirceu Alves Jr.


Crítica Época online - Maria Fernanda Vomero

Matéria no Programa Metrópolis – TV Cultura (30/01/2013)

Matéria – Bravo! Online

Crítica Marina Xisto – Blog Xisto, M. e seus afins

¡Salta! no 2013 Em Cena - 13, 14 e 15 de dezembro



Teatro Cacilda Becker (Rua Tito, 295 - Lapa)

Dias 13, 14 e 15 de dezembro

Sexta e sábado às 21hs e domingo às 19h

Entrada gratuita - os ingressos devem ser retirados 1 hora antes do início da sessão, limitado a um par por pessoa.

Quem puder, por favor, traga um fone de ouvido!


A temporada faz parte da mostra “2013 EM CENA”, da Prefeitura de São Paulo. Além da qualidade artística, a programação dessa mostra se norteou em espetáculos que se destacaram nos palcos paulistanos em 2013.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Crítica Época Online


Prestes a acontecer

Peça do Coletivo Dodecafônico, que reestreia hoje no Tusp, leva aos palcos recursos estéticos usados pela cineasta Lucrecia Martel para contar uma história familiar banal apenas na aparência

CULTURATEATRO - POR MARIA FERNANDA VOMERO - 08/05/2013


O Coletivo Teatro Dodecafônico coloca em cena flagrantes de situações familiares (Foto: Caca Bernardes / Divulgação)
O Coletivo Teatro Dodecafônico volta a apresentar a peça ¡Salta!, com direção de Verônica Veloso e dramaturgia de Veronica Stigger, no Tusp. Livremente inspirado na obra da cineasta argentina Lucrecia Martel (1966), o espetáculo põe em cena flagrantes de situações familiares, nas quais os personagens atuam de modo mais ou menos indefinido, sem muita clareza das relações existentes entre eles ou de suas motivações. Pairam, sobre aquelas figuras, um certo mistério, um clima de tensão e uma incômoda sensação de mal-estar. Algo parece estar na iminência de acontecer ou de se revelar naquela casa, onde a piscina tem papel fundamental.
Assim como Lucrecia Martel, que em seus filmes não se deixa levar pela primazia da imagem sobre o som, o Coletivo Dodecafônico trabalha o texto tanto quanto o corpo, as possibilidades sonoras, o uso criativo da luz, a composição espacial e temporal. Em ¡Salta!, montagem que volta ao cartaz, o resultado é instigante. Elementos e ecos dos longas O pântano (2001), A menina santa (2004) e A mulher sem cabeça (2008), de Martel, estão presentes, não só no aspecto temático, mas também no estético (os enquadramentos nada previsíveis, a potente narrativa sonora composta por vozes e ruídos do ambiente etc.).
Na primeira parte da peça, o público acompanha o desfilar dos personagens numa festa escutando um MP3 que descreve, de modo parcial e subjetivo, quem é quem ali. A seguir, já em outro ambiente, muitas ações ocorrem “fora do plano”, fora da cena – sem serem vistas na totalidade pela plateia – o que adensa o subtexto da narrativa. Experimental e arriscada, a montagem acerta em sua ousadia e transforma o espectador em co-autor daquilo que ele vê e vivencia. Com Beatriz Cruz, Gabriela Cordaro, Joaquim Lino, Katia Lazarini e Miriam Rinaldi.


No início da peça, um mp3 descreve os personagens que surgem numa festa (Foto: Caca Bernardes / Divulgação)
¡SALTA! De 8/5 a 30/5, qua. e qui. 21h. Gênero: Drama. Duração: 70 min. Classificação: 18 anos. TUSP: R. Maria Antônia, 294, Consolação,  tel.: 3123-5233. Ingressos: R$ 20. Onde comprar: na bilheteria (abre duas horas antes; somente cheque ou dinheiro).

¡Salta! no TUSP - Curta Temporada

De 8 a 30 de maio, ¡Salta! fica em cartaz no TUSP.
Quartas e quintas, 21h
TUSP
Rua Maria Antônia, 294 - em frente ao Mackienzie


quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

¡Salta! até 03/março - Temporada Prorrogada

Venham!
Sextas 20h, sábados e domingos 19h até 3 de março.
No SESC Santo Amaro
(Rua Amador Bueno, 505)


Crítica: Portal R7 - Miguel Arcanjo Prado


saltaIMG 5269 Crítica: Peça do Coletivo Teatro Dodecafônico, ¡Salta! aposta no não dito para criar significados
Peça do Coletivo Teatro Dodecafônico: corpos falam mais do que palavras - Foto: Cacá Bernardes
Por Miguel Arcanjo Prado
A peça ¡Salta! dialoga com o público desde o começo. Pouco antes de a função do Coletivo Teatro Dodecafônico ter início no Sesc Santo Amaro, em São Paulo, o espectador é convidado a ouvir a apresentação de um dos personagens em fones de ouvido – cada pessoa ouve a de um personagem diferente.
Enquanto as palavras são ditas no ouvido de cada um, os personagens desfilam em silêncio sob o olhar de todos em espaço aberto, antes do convidarem o público a entrar na sala de teatro convencional, onde a história, já cheia de expectativa, promete se desenrolar. 
Mas, logo, o espectador acaba por perceber que o que não está dito será fundamental para a significação da obra.
Salta5508 crédito Cacá Bernardes Crítica: Peça do Coletivo Teatro Dodecafônico, ¡Salta! aposta no não dito para criar significados
¡Salta! está em cartaz no Sesc Santo Amaro (SP)
A cidade de Salta, no norte da Argentina, empresta seu nome à peça. Mas está longe do enredo querer ser um típico retrato do lugar. A proposta é outra: ser um retrato cênico da artecinematográfica de uma saltenha, a cineasta argentina Lucrécia Martel, que deu ao lugar uma visão estética e poética com seu olhar artístico.
A encenadora Verônica Veloso, em parceria com seus atores, se inspirou em três longas de Martel, A Mulher Sem CabeçaO Pântano e A Menina Santa, para a criação do espetáculo. O Dodecafônico assumiu a difícil tarefa de recriar uma atmosfera pensada por outro artista para uma outra linguagem. E obtiveram sucesso. O conhecedor do cinema de Martel percebe no palco a atmosfera delicada e cheia de silêncios que a diretora argentina imprimiu em seus filmes.
A peça, como os filmes, convida o público a preencher de significado as lacunas dessa poética. Assim, a visão da obra depende da sensibilidade de cada espectador.
Com pensamento aberto à cultura alheia, no caso a de nossos hermanos argentinos, os atores Beatriz Cruz, Gabriela Cordaro, Joaquim Lino, Katia Lazarini e Miriam Rinaldi conseguiram uma argentinidade que surpreende. Sobretudo, porque a trupe é brasileira. Pulsa na obra aquela mistura de pose europeia e decadência latino-americana que os argentinos sabem mesclar tão bem.
A peça, com dramaturgia de Veronica Stigger, expressa nos corpos o que não é dito pela palavra. E ajudam nesta composição estética os simples e refinados figurinos de Jorge Wakabara, bem como os objetos da delicada cenografia proposta Vânia Medeiros e a sensível luz assinada por Taty Kanter.
Coeso e à vontade, o elenco traz um destaque: Miriam Rinaldi. A atriz, com sua evidente experiência de palco, consegue dar peso necessário à proposta cênica desta obra.
¡Salta!
Avaliação: Muito bom
Quando: Sexta, às 20h. Sábado, domingo e feriado, às 19h. Até 3/3/2012
Onde: Sesc Santo Amaro (r. Amador Bueno, 505, Metrô Largo 13, São Paulo, tel. 0/xx/11 5541-4000)
Quanto: R$ 12 (inteira); R$ 3 (usuário do Sesc) e R$ 3 (comerciário e dependentes)
Classificação etária: 18 anos
Salta 3820 Cacá Bernardes miriam Crítica: Peça do Coletivo Teatro Dodecafônico, ¡Salta! aposta no não dito para criar significados
A atriz Miriam Rinaldi é o destaque no elenco do espetáculo ¡Salta! - Foto: Cacá Bernardes

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Crítica Veja - ¡Salta! - Dirceu Alves Jr


Coletivo Teatro Dodecafônico faz estimulante aposta nas imagens em “¡Salta!”


Katia Lazarini, Gabriela Cordaro e Joaquim Lino na montagem inspirada na cineasta argentina Lucrecia Martel (Foto: Cacá Bernardes)
A cineasta argentina Lucrecia Martel firmou-se como cronista sutil e, por vezes, alegórica das relações humanas. Sob a inspiração de seus três filmes, “O Pântano” (2001), “A Menina Santa” (2004) e “A Mulher sem Cabeça” (2008), o Coletivo Teatro Dodecafônico concebeu a tragicomédia “¡Salta!”, em cartaz no Sesc Santo Amaro até 3 de março. Não é à toa, o grupo convidou a escritora Veronica Stigger, conhecida por flertar com o absurdo em livros de contos como “Os Anões” e “Gran Cabaret Demenzial”, para criar a dramaturgia.
Tal parceria transmite uma homogeneidade bem-sucedida, levando à cena o relacionamento entre três mulheres (as atrizes Beatriz Cruz, Gabriela Cordaro e Miriam Rinaldi). Ora definidas como irmãs, ora amigas, mãe e filhas, elas se envolvem em rotineiras ou inusitadas situações ao lado de uma garota órfã (interpretada por Katia Lazarini) e de um homem (papel de Joaquim Lino) que tenta amenizar um trauma na bebida.
Dirigida por Verônica Veloso, a montagem divide-se em dois momentos. Primeiro, ao ar livre, o espectador recebe fones e ouve a descrição de um dos cinco personagens. Pouco depois, dentro do Espaço das Artes, acomodados em cadeiras, o público se vê diante do que seria a encenação convencional. Pura ilusão. Verônica Veloso contrasta longos silêncios e sequências frenéticas de textos, criando imagens com coreografias marcadas que fortalecem o caráter performático. Muitas vezes, a plateia demonstra surpresa com a estimulante fusão de linguagens e o impacto visual. Em outras, não controla as gargalhadas. Seja pela naturalidade com que as tramas são narradas ou pelo simples estranhamento.

Link

Crítica Folha de São Paulo - ¡Salta!


CRÍTICA DRAMA
'¡Salta!' exercita narração que usa poucos recursos de imagem e som
"¡Salta!" é uma produção que arrisca bastante e atinge seus propósitos experimentais com méritos
LUIZ FERNANDO RAMOSCRÍTICO DA FOLHA

Estética do ver e ouvir. O espetáculo "¡Salta!" do coletivo Teatro Dodecafônico explora algo que o teatro e o cinema têm em comum: o foco combinado do olhar e da audição para construir narrativas.
No caso, mais do que contar uma história, o grupo preocupa-se em exercitar modos de narrar algo com um mínimo de imagens e de sons.
A pesquisa da encenadora Verônica Veloso, já desenvolvida no primeiro de seus quatro espetáculos anteriores, estrutura a montagem das cenas a partir de procedimentos da linguagem cinematográfica.
Desta vez, a referência explícita da encenação são os filmes da cineasta Lucrecia Martel, natural da cidade de Salta, na Argentina.
O cinema de Martel chamou a atenção da crítica internacional com obras como "O Pântano" (2001), "A Menina Santa" (2004) e "A Mulher sem Cabeça" (2008), os dois últimos exibidos em Cannes.
Suas obras trazem registros naturalistas de situações familiares, estranhados por desvios sutis e crítica implícita da vida pequeno-burguesa.
O Dodecafônico não adapta nenhum dos roteiros de Martel, mas empresta deles a atmosfera soturna e a tensão nunca aclarada entre o psiquismo atormentado dos personagens e suas frívolas ações. É assim, por exemplo, que, na primeira parte, algumas atrizes simplesmente tomam banho de sol, ou, depois, empenham-se apenas em jogos banais.
Contudo, a forma como ocorre esse não fazer ou causar nada é muito interessante, tanto como sugestão de tramas só insinuadas quanto plasticamente, na medida em que se desdobra na cenografia enxuta de Vânia Medeiros e é pontuada pelo desenho de luz de Taty Kanter.
O jovem elenco, desobrigado de atuar na convenção dramática mais estrita, mostra-se à vontade com a proposta. Mas a participação de uma atriz madura como Miriam Rinaldi é decisiva para adensar o clima e garantir que se faça jus à filmografia de que se partiu.
"¡Salta!" é uma produção que arrisca bastante e atinge seus propósitos experimentais com méritos. A investigação de onde se origina não parece encerrada.
Resta, de fato, a expectativa de trabalhos ainda mais verticais com o potencial inexplorado de olhos e ouvidos.
¡SALTA!
QUANDO sex., às 20h, sáb. e dom. e feriados, às 19h; até 17/2
ONDE Sesc Santo Amaro (r. Amador Bueno, 505; tel. 0/xx/11/5541-4000)
QUANTO de R$ 3 a R$ 12
CLASSIFICAÇÃO 16 anos
AVALIAÇÃO bom

Link

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

¡Salta! na TV Cultura

"O teatro encontra o cinema no espetáculo ¡Salta!: a inspiração para montagem é o trabalho da diretora argentina Lucrécia Martel. Quem conta mais sobre a peça é a diretora do espetáculo, Veronica Velosa, a atriz Beatriz Cruz e a escritora Veronica Stigger responsável pela dramaturgia".

Clique aqui.

http://www.youtube.com/watch?v=zkjbUfW4L8U

Programação Paralela ¡Salta!



Em paralelo à temporada teatral ¡Salta! com o Coletivo Dodecafônico, o Sesc Santo Amaro promove uma mostra de filmes da diretora argentina Lucrécia Martel e um bate-papo sobre o processo criativo do coletivo.

 ¡Salta! Discutindo a Poética do Cinema de  Lucrecia Martel no Teatro

SESC Santo Amaro
Dia(s) 17/02
Domingo, às 15h.
O Coletivo Teatro Dodecafônico convida os pesquisadores Ismail Xavier e Eduardo Santos Mendes para discutir a apropriação da poética do cinema de Lucrecia Martel presente na encenação Salta! O mote do debate mediado pela encenadora Verônica Veloso são as interfaces entre as duas linguagens e as possibilidades criativas que o Coletivo tem experimentado ao longo dos cinco anos de sua pesquisa. Convidados: Ismail Xavier e Eduardo Santos Mendes. Mediação: Verônica Veloso Local: Espaço das Artes. Grátis.




terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Reação à reação - Teaser ¡Salta!


O ambiente é quente, úmido. Em uma casa com piscina em algum lugar da América Latina, o ócio, o calor e a espera anunciam algo que aconteceu ou está por acontecer.

¡¡SALTA!

QUANDO sex., às 20h, sáb. e dom. e feriados, às 19h; até 17/2
ONDE Sesc Santo Amaro (r. Amador Bueno, 505; tel. 0/xx/11/5541-4000)
QUANTO de R$ 3 a R$ 12
CLASSIFICAÇÃO 16 anos

Reportagem Ilustrada - ¡Salta!

18/01/2013 - 07h02

Peça '¡Salta!' dialoga com filmes de Lucrecia Martel



MARCIO AQUILES
DE SÃO PAULO

O cinema da diretora argentina Lucrecia Martel é o mote propulsor de "¡Salta!", peça do Coletivo Teatro Dodecafônico que estreia hoje no Sesc Santo Amaro.
O espetáculo é arquitetado por meio da mimese temática e formal dos três longas-metragens da cineasta, em que seus procedimentos cinematográficos são convertidos para a linguagem teatral.
A atriz Beatriz Cruz aponta elementos cênicos que foram emulados da decupagem dos filmes, como a movimentação dos atores entre os objetos de cena --com vistas a delimitar a visibilidade do espectador-- e a sonoplastia.

LenisePinheiro/Folhapress



Miriam Rinaldi em cena de "¡Salta!""Simulamos o comportamento da câmera, que enquadra os troncos, algumas vezes sem mostrar as cabeças, ou faz muitos planos com as personagens de costas, e também a sobreposição da trilha sonora", explica.
A diretora Verônica Veloso afirma que a audiocenografia foi concebida antes mesmo do texto e do cenário.
"A ambiência sonora é mais importante do que o diálogo, gerando a sensação de iminência de algo que pode acontecer. São cem alto-falantes que ressaltam os ruídos e criam a atmosfera densa presente nos filmes."
Preterindo a experiência dialógica em favor das metáforas visuais e sonoras, a encenação amplifica a sensação de abandono manifesta na obra de Martel. As cenas são descontínuas, fragmentos representativos do caráter amorfo dos personagens.
"As relações afetivas, tão presentes na filmografia dela, são indeterminadas. Não dá para saber se as mulheres são irmãs, mãe e filhas ou amigas", diz Verônica.
"Elas têm uma proximidade que gera estranhamento. O modo como os corpos se revelam na cena cria um tipo de relação de carnalidade que confunde e retrata a languidez dos filmes", completa.

PROCESSO CRIATIVO
O Coletivo Teatro Dodecafônico tem como marca o desenvolvimento de espetáculos a partir de referências prévias, que podem ser uma imagem, um texto literário ou um filme, caso de "¡Salta!".
"Desde nossa primeira montagem, trabalhamos com o conceito de reação. Em vez de simplesmente adaptar as obras, criamos uma linguagem teatral que reaja a elas", afirma Verônica Veloso.
A pesquisa para a criação da peça teve início no final de 2011. De acordo com a diretora, o grupo foi criando cenas que reagissem à arquitetura do local e aos enredos da cineasta argentina.
Com a estrutura cênica pronta, convidaram a escritora Veronica Stigger para dar a coesão final, que sucede em "reagir" à obra de Martel.
"Conseguimos criar no palco os efeitos de zoom, câmeras lentas, os enquadramentos de frente e fundo e as faixas de som para a construção dessa minifábula", resume.

¡SALTA!
QUANDO sex., às 20h, sáb. e dom. e feriados, às 19h; até 17/2
ONDE Sesc Santo Amaro (r. Amador Bueno, 505; tel. 0/xx/11/5541-4000)
QUANTO de R$ 3 a R$ 12
CLASSIFICAÇÃO 16 anos